ANTÓNIO MANSO PRETO

22, Antwerp/Porto


video, publication, sculpture, photography, archive, text, research, homoafectiveness, apropriation and loneliness



Húmus esquecido, esquecimento cultural e ungido OU o conjunto de mitologias que formam a carne. Pensar estas mitologias urbanas e o corpo como fluido - material ou teórico - é ressignificar as estruturas temporais e identitárias. O tempo torna-se composto, no sentido em que é mistura fermentada de resíduos orgânicos e minerais; no sentido em que é resultante da compostagem dos corpos e do seu agenciamento. O conjunto reflete as noções de amuleto, proteção e tempo como visita aos passados e futuros - os objetos como portadores de assombrações, histórias e profecias; objetos narrativos, passivos de serem lidos. Aqui o passado e futuro (figurados) fundem-se num presente que mistura a ficção e o documentário, as narrativas pessoais e histórias de uma amnésia coletiva

Forgotten humus, cultural and anointed oblivion OR the set of mythologies that form the flesh.  To think of these urban mythologies and the body as fluid - material or theoretical - is to resignify temporal and identity structures. Time becomes compost, in the sense that it is a fermented mixture of organic and mineral residues; in the sense that it results from the composting of bodies and their assemblage. The set reflects the notions of amulet, protection and time as a visit to the past and future - the objects as bearers of hauntings, stories and prophecies; narrative objects, passive to be read. Here the past and future (figured) merge in a present that mixes fiction and documentary, personal narratives and stories of collective amnesia.



Vi quem desceu ate ca em baixo, gás à tabua, isqueiro ao gas ou óleo, tesoura ao cordão que liga os dois umbigos da ponta primeira à ponta segunda, meio que enlouquecido por determinado gesto comum. É por dentro do gesto que o musculo-força contrai e descontrai, contrai e descontrai. e Eu feminino, demasiado, fugaz ou tenro. Encontrei um livro do Artaud a 4 euros e assim foi ou se tornou ator da viagem que se decorria, cumplice do tempo que se pensava correto, e quando o era: dois desejos, o de morrer e o de voltar atrás. Foram os doutores que me roubaram a visão, nitida só a morte e as ceias anunciadas e o quarto em que tu te fechavas era LEAL como a manhã. Vi quem desceu até ca a baixo encontrar-se na loucura de não haver nada de novo. A CRUZ QUE ENCONTREI NO CHAO SÓ SERVIA PARA ME SENTIR SEGURO. Vi quem desceu até depois de mim, antes disso e Artaud, outra vez, Artaud-mesquinha em Ménage. VULTO OUTRORA TRÁGICO, diziam as canções e um rapaz embriagado como o sol descia as ruas da cidade, mas so se apanhavam algumas palavras: não…….. eu…….. vulto…….. mas…… 76 dias……. em que…. cercado………. E a loucura que quando errante, e a loucura que como harpas inspirará de poesia. cabelos………. Artaud…….. na……….. enlouqueci………. Compreendi que sim, era o poema de quem viu o firmamento obliquo.