ANTÓNIO MANSO PRETO

22, Antwerp/Porto


video, publication, sculpture, photography, archive, text, research, homoafectiveness, apropriation and loneliness


PASSING INFORMATION NO LONGER EXISTING TO STRANGERS ou uma resposta videográfica à crise da sida, aos propósitos técnico-experimentais de William Burroughs e à forma como a linguagem, a doença e o tempo interagem e se (re)constroem. No entanto, não é intenção tornar o projeto, de forma alguma, dogmático. Uma resposta, sim, mas (principalmente) uma reflexão e um conjunto de questões: A memória - coletiva ou individual - como espaço de construção ou ponto de partida imagético, mas também como aliada do tempo, neste caso, de um tempo que não é cronológico ou tirano, mas que se sobrepõe.

PASSING INFORMATION NO LONGER EXISTING TO STRANGERS or a videographic response to the AIDS crisis, to the technical-experimental purposes of William Burroughs and to the way in which language, disease and time interact and (re)construct themselves. However, it is not the intention to make the project in any way dogmatic. An answer, yes, but (mainly) a reflection and a set of questions: Memory - collective or individual - as a construction space or imagery starting point, but also as an ally of time, in this case, of a time that is not chronological or tyrant, but which overlaps.

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Vi quem desceu ate ca em baixo, gás à tabua, isqueiro ao gas ou óleo, tesoura ao cordão que liga os dois umbigos da ponta primeira à ponta segunda, meio que enlouquecido por determinado gesto comum. É por dentro do gesto que o musculo-força contrai e descontrai, contrai e descontrai. e Eu feminino, demasiado, fugaz ou tenro. Encontrei um livro do Artaud a 4 euros e assim foi ou se tornou ator da viagem que se decorria, cumplice do tempo que se pensava correto, e quando o era: dois desejos, o de morrer e o de voltar atrás. Foram os doutores que me roubaram a visão, nitida só a morte e as ceias anunciadas e o quarto em que tu te fechavas era LEAL como a manhã. Vi quem desceu até ca a baixo encontrar-se na loucura de não haver nada de novo. A CRUZ QUE ENCONTREI NO CHAO SÓ SERVIA PARA ME SENTIR SEGURO. Vi quem desceu até depois de mim, antes disso e Artaud, outra vez, Artaud-mesquinha em Ménage. VULTO OUTRORA TRÁGICO, diziam as canções e um rapaz embriagado como o sol descia as ruas da cidade, mas so se apanhavam algumas palavras: não…….. eu…….. vulto…….. mas…… 76 dias……. em que…. cercado………. E a loucura que quando errante, e a loucura que como harpas inspirará de poesia. cabelos………. Artaud…….. na……….. enlouqueci………. Compreendi que sim, era o poema de quem viu o firmamento obliquo.